Caminhos,
que se apresentam
As vezes desertos,
...com rumos incertos!
Ruas desnudas,
por onde eu passo
Em passos e compassos
que se descompassam!
Não vão! Vão vem!
Não chegam! Não partem!
Em silencio,
se repetem!
E no vazio,
se angustiam
se distanciam!
São caminhos que eu descobri
...enquanto insistia
e pensava que vivia!
Quinta-feira
Passos
Postado por Lunna at 18:54 2 comentários
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Todos os meus desejos estão mortos
Silenciou-se minh’alma
meu rosto perdeu a nitidez
Encerrou-se a antiga busca
Não há mais amores
Não há mais sabores
A boca secou-se esta ávida
meu olhar se ofuscou
deixou de ver as cores
O sorriso não mais floresceu
na face cansada
e meus movimentos agora
são lentos e desordenados
Encerrou-se de tal forma tua expressão
Não mais amanheço
já não mais me conheço
Não reconheço mais a velha imagem
que se reflete no espelho
não vi o tempo passar
mas como foi afinal
que o tempo passou?
Postado por Lunna at 18:50 0 comentários
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VÕO I
Descobri a alegria de um vôo
...o vôo de um pássaro
Que é o mesmo vôo de um anjo
...que se perdeu em mim!
Livre... Soberano
Ausente de mim,
...com cheiro de ventos,
Em antigas janelas
...e suas cortinas sem destino!
O céu azul ao fundo,
...e seu sabor de nuvens
Que se perpetuam pela eternidade!
Os olhos não suportam,
...e as lagrimas vertem pela face!
Sábio mensageiro dos deuses
...seu vôo é uma caricia aos ares que te abraçam!
O horizonte _ moldura de tua viagem
...acanha-se numa explosão amendoada de cores
E chove sobre teu vôo _ que não cessa
...e no bale de tua poesia
Vai adormecer num galho
...bem longe dos olhos meus!
Postado por Lunna at 18:37 0 comentários
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Vôo II
Está manhã, contou-me um pássaro
_ “ que não posso mais voar”
Sem lagrimas e entregue a uma tristeza sem cor
Afoguei o resto de um sorriso
...e fugi!!!
Sem rumo ou destino
Munida de tropeços e quedas
Que o chão me apresentava
Em forma de grades numa cela
...da qual fugir, não me é permitido!
E com os olhos pregados as nuvens
...avistei um antigo pássaro
Que tanta vezes rondou minha janela
...em manhãs de primavera
Ou de lembranças dela!
...onde eu _ descobri a alegria de um vôo
Para nunca mais desejar saber do chão!
Até que a imensidão de mim se perdeu
...e o céu e suas estrelas ficaram distantes demais
Numa manhã sem adeus!
Onde o chão se agarrou aos meus pés
...e por todo o sempre _ me perdeu!
Postado por Lunna at 18:35 0 comentários
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Legado
Trago comigo um legado de asas
Mas aviso logo que não sei voar!
Trago ainda_ pedaços de paginas em branco
São historias minhas _ trechos sem nexo
De uma vida que ninguém ira contar depois!
Trago pés _ também!
Pés sem caminhos...
...estes se perderam de mim há tempos!
Trago mãos _ mas me faltam sementes
E um pouco de vento!
Trago olhos _ mas me faltam paisagens
E um pouco de coragem!
Trago desejos _ mas me faltam conquistas
E muitas outras coisas mais!
Tenho um legado iniciado...
E um tempo inadequado que decidiu sozinho
Que não irá ser meu mais!
Postado por Lunna at 18:34 0 comentários
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Instantes...
Tenho instantes de tempestades
onde o céu se declina em lentas chuvas
e colore a paisagem com sua garoa intensa
e a vibração dos tons que vencem a escuridão!
Tenho instantes de poças d´água
onde o pé se encaixa na água
e o sorriso apareceu _ sem pressa
Como quem se convence que é preciso calma.
Tenho instantes de calmaria
duram um segundo ou dois
As vezes mais
Então _ voltam os raios
e o som dos trovões que não se silenciam...
fazendo bradar ecos existentes em mim!
Tenho instantes _ e eles seguem
com ou sem chuva no fim da dia!
Postado por Lunna at 18:33 0 comentários
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Se eu fosse o vento...
...perder-me-ia pela paisagem
E talvez voltasse anos depois!
Se eu fosse o vento...
Repousaria em seu cabelo de forma calma
Muitas e muitas vezes!
Um beijo te daria, enquanto brisa
...como um afago!
E depois _ num sopro lento e morno
Partiria...
Deixando em teus braços _ a saudade
E em tuas mãos _ um desejo insano!
Se eu fosse o vento,
...mas sou apenas eu,
Amando-te...
Nessa minha forma de composição,
Que se faz vento, sem ser...
Passa por ti,
Sussurra e nada mais!
Postado por Lunna at 18:33 0 comentários
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Interpretação...
Vestir o vento...
pisar lentamente em folhas perdidas
Assistir ao bale das nuvens
brincando de muitas formas ter!
Uma lembrança vaga,
Viaja por mim...
E a saudade explode
...em lagrimas!
O ar quase falta,
a infância fica nas muitas
voltas dadas pelo ponteiro!
Vestir o vento,
copiar o silencio num verso solto
sem rima _ sem sentido
Apenas dor em um canto qualquer!
Tudo parado!
...meus passos sem destino
...minha voz rouca!
Vestir o vento
Não compreender a realidade
Virar a página não basta
...fechar o livro _ também não!
Postado por Lunna at 18:31 0 comentários
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Felicidade...
Janela aberta
...luz da manhã
Um sopro amigo,
...lá longe _ o horizonte
e sua ciência brincando o sem fim!
Água fria no rosto
...a preguiça que ainda insiste
O tempo enlouquecendo ponteiros!
O gosto da pasta de dente
Humm! Cheirinho de café
ardendo num bule em algum lugar.
A manteiga derretendo no pão,
...recém chegado da padaria!
Roupa cheirando a lavada
...noticias do dia!
Primeiros passos,
as ruas descalças...
Postado por Lunna at 18:29 0 comentários
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Fragmentos...
Um lapso
...um momento!
Uma lembrança que não cessa,
...não se perde!
Um passo,
...rumo ao vazio
Que não sei identificar!
Fantasias?
...ou miragem dos meus olhos?
Dois passos,
...rumo ao que será!
A paisagem lá fora_ sussurra,
...parece um canto!
Descalça, sinto o caminho,
...há espasmos entre o que sou
e o que um dia eu fui!
Você,
Uma palavra se repetindo
em meus pensamentos
Um eco bem vindo que se repete
mais e mais _ e mais!
Ah! A vida,
...essa marcha lenta
que não se apressa quando a gente quer!
Insiste_ vai devagar,
e a gente desejando a pressa
E quando acelera, a gente é que insiste
pra ir mais devagar!
E vira a página desse livro...
Presente se fazendo passado
Futuro em vez de distante,
...tão próximo dos olhos
No hoje que seja se despede!
E eu não me convenço!
Postado por Lunna at 18:28 0 comentários
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Meus Mistérios...
Nestes meus mistérios _ vivo há muitos anos
...desde que nasci,
E de lá para cá_ passos se acumulam na paisagem!
...e o que eu fui um dia _ ficou pedida em alguma prateleira
Mas alguém deve ter guardado uma foto...
...que ficou _ na sombra de meus sorrisos vagos
E no destempero de minhas lágrimas exaustas!
Você se lembra?
No começo_ era uma saudade intensa!
Depois _ uma lembrança vaga,
...praticamente esquecida!
Se alguém conhecido lembrar-se de mim
...por favor, não mande cartas.
Não chegarão até mim.
Já tive tantos endereços,
que se postagens foram feitas
Perderam-se tanto quanto eu!
Hoje? Moro no mesmo lugar que o vento...
Não me permito conhecer ouro endereço!
Gosto de poder me perder pela paisagem,
...que hoje é pesada e ainda assim: me leva!
E com isso _ perdida fiquei há alguns instantes
...acredite: nunca estive aqui antes!
Foi um sopro que se parecia comigo...
Eu? Vivia em outros mundos,
E que mundos eram aqueles?
Metáforas indiferentes a outros seres
Lamentações datadas de momentos,
que não deveriam ser esquecidos...
Mas a memória (ingrata) os abandonou
em algum baú por ai!
E assim _ no tempo futuro,
...encontrei uma outra vida,
A vida que escolhi depois
de abandonar o passado!
Aquela ilusão temporária
que eu soprei ao vento!
Postado por Lunna at 18:27 0 comentários
Marcadores: Primeira Fase
Alma...
Tudo cabe aqui dentro
seja tua casa, teus quintais de frutas
tuas calçadas descalças
E tuas escadas de silencio!
Tudo cabe a contento:
...cabe teu cão de nome antigo,
perna solta, passos demorados
largado no meio do caminho
a espera de um afago.
Tudo cabe aqui dentro
seja tua paisagem mais nova
ou o teu sonho mais antigo.
Cabe os segredos que ainda existirão
e os desejos recém-chegados!
Tudo! Absolutamente tudo!
A ilusão de uma janela que não se abre
ao pesadelo de um portão que não fecha
O jardim _ esquecido ao acaso
e a inspiração que brota entre as ervas!
Seu avesso_ nua em pele e alma,
medindo as flutuações do caminhos
Onde barcos são olhos em águas de chuva
poças que ainda existem na entrada
Que você, ingenuamente, chama de saída!
Tudo cabe aqui dentro,
seja o sol que nunca chega ao lado de dentro
Seja a lua que não se contenta com o lado de fora!
Seja eu _ barco a deriva,
flutuando em busca de casa!
Postado por Lunna at 18:24 0 comentários
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Insensatez
Eu posso apenas deitar-me sobre a grama verde
E então, aguardar pela chuva,
vinda dos teus belos olhos
Raios percorrem a pele,
Deixam minhas veias inquietas!
Os olhos meus recusam seus relâmpagos
...preferem a nobreza do sentir a chuva
Pela pele desabrigada _ que não resiste!
A chuva intensifica o sentir em mim
...arranco a verde grama sem perceber,
Num tom desobrigado do mundo
...onde uma simples poça _ se faz oceano
Entre nossos colos exaustos...
E a chuva _ de repente se faz tempestade
...então vem o sorriso
E as lágrimas secam-se com a chuva
Um tronco rígido _ rasga-se com um raio desolado
Quase morre _ mas apenas padece
E cessa!
Postado por Lunna at 17:46 0 comentários
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Era uma vez um Outono...
Era uma vez um Outono
...de olhos risonhos
sem flores pelas esquinas...
De vento frio pelas ruas...
De folhas voando sem destino
...e muitas almas a vagar _ perdidas!
Um outono_ de ilusões renovadas
De amores se aconchegando em corações
...saudosos da primavera
Um outono feito de lábios que nunca se encontrarão
E ainda assim_ guardam estranhas saudades um do outro...
Um outono feito de mãos que se conheceram
Sem nunca se tocarem nem por um só momento!
Um outono feito de abraços apertados
que nunca encontraram um caminho em nossos braços...
Um outono feito de olhares silenciosos
Tímidos! Que em seus caminhos encontraram muitos outros olhos...
Tão estranhos quanto os nossos!
Um outono feito de uma paisagem lenta...
Solitária _ tão intensamente minha _ desejando ser tua
Mesmo sabendo que nunca há de ser assim!
Era uma vez um Outono
...feito de almas que nunca souberam uma da outra!
Postado por Lunna at 17:41 0 comentários
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Quando eu não pensava em você...
Quando eu não pensava em você
Os meus pés corriam pelos campos de verdes pensamentos
Não pensava em ninguém!
Meus olhos reviravam a paisagem e se perdiam por lá!
Quando eu não pensava em você
A minha alma era uma ave mansa
A voar por este vasto céu
Sem horizonte certo
Apenas um destino insano
Voando cego _ na palma de minha mão!
Ah! Mas agora_ penso em ti!
E meu coração acelera por esses campos
O meu passo demora
...anda perdido!
Tem um destino certo...
Fui descobrir você
...e meus olhos fizeram de ti
Um novo horizonte _ paisagem natural...
Que se renova apenas com um breve sorrir!
Ah! Meu oásis de ilusões infinitas
...Minhas noites agora são lentas
O vento chega mais ameno
...trás consigo os sonhos dourados
Onde seus beijos é o mel dos lábios meus!
E porque foi mesmo que eu fiquei assim?
Postado por Lunna at 17:40 0 comentários
Marcadores: Segunda Fase
Aceitarás o meu amor?
Aceitarás o meu amor como este se diz ser?
...sem sons pelo seu horizonte
Defraglado em imagens que em nada
Absolutamente nada _ lembram a sua realidade?
Aceitarás assim...
Sem capricho algum...
Apenas eu _ vestindo este meu desejo
...de menina querendo se fazer mulher por tuas mãos!
Trajando um imenso destempero
...e diversas folhas em branco?
E então? Aceitaras?
Sem nada esperar de si mesmo!
Ou de mim ou das composições que de nós surgirão?
Ah! Meu amor gerou em mim...
Raízes gigantescas _ profundas
de frutos doces e perfeitos!
Consagrando uma beleza,
...de formas plenas _ serenas...
de antes, agora e depois!
Sempre apregoando a solidão de duas almas
...entregues a uma verdade una
Que não encontra moldes ou definições
Se perde e se encontra tantas vezes,
...que é o único que faz a saudade ser tão doce e suave
Quanto dura e perversa num só tempo!
Em tuas mãos _ a essência rara
....de uma espécie nem sempre compreendida
E sempre tão desejada,
Que vaga _ perambula por entre veias
...abraçando a eternidade num beijo lento
Que faz do sempre _ uma espécie de amanhã renovado!
E então, aceitaras o meu amor
Antes que esse se dissolva feito areia branca,
...em meio à inquietude do mar?
Postado por Lunna at 17:10 0 comentários
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Toque-me
Toque -me
...ao me encontrar num fim de tarde,
...de horas se perdendo junto ao vento.
Deixe que teus braços encontrem minha pele
...revele meus anseios e desejos,
Sinta minhas veias te descobrindo primeiro!
Não desapareça...
Toque-me!
...ao ver partindo pela noite afora
Com os olhos pregados nas estrelas
...na doce ilusão de encontrá-lo por entre elas.
Não deixe que eu fuja...
Deixe que teu sorriso me encontre
...e por um momento apenas.
Deixe que suas mãos descubram minha face
Toque-me!
...na distancia de nossas almas!
Com os olhos enamorados pela Lua
Que arrasta sua beleza por nossas janelas
...venha ao meu encontro.
Deixe florescer um sorriso nos lábios
E por um só segundo _ pense em mim!
Nos sonhos _ seja meu amigo _ amante
...apenas volte _ esteja comigo!
Toque-me!
Postado por Lunna at 17:09 0 comentários
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Eu te amo assim...
Eu te amo assim
...no silencio desta tarde de sol
pelas esquinas,
Que pode ser ou não apenas
Mais uma tarde!
...mais uma linha _ de composições lentas!
De ilusões perdidas em mim...
Eu te amo assim
...no mistério dos meus olhos.
Que te admiram e te reconhecem
...na magia desta paisagem que se renova,
Eternamente em nós dois!
Eu te amo assim
...neste meu silencio.
Que as vezes se precipita e me fala de ti.
Eu te amo assim
...em longas noites de lua
a vagar por este céu pálido,
Deserto tão comum a mim!
E indiferentes a nós dois...
Eu te amo assim
...sem saber por que e sem querer saber!
Postado por Lunna at 17:08 0 comentários
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Desencontros
Te encontro,
num beijo _ lento
que se perde em nossos lábios!
E num ensaio (breve)
Recomeça!
Com sabores de nós dois
...em moldes esculpidos
por nossas mãos!
Despe a pele,
Refém de desejos
...tão entregue!
Estremece a euforia
...um sorriso reluz
É luz na densa escuridão
...de ventos e estrelas!
Adormece a pele cansada
e até despertar,
Abraça o sonho
Onde nada se acaba
Continua...
num beijo, lento!
Que se perde _ se encontra!
Finge que acaba!
E então desperta...
Num beijo... Lento!
Postado por Lunna at 17:07 0 comentários
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Uma espécie de Anatomia
Ouça a mim,
...como se eu fosse o vento
Invadindo você,
...num doce acordo de sensações!
Eu vindo até você
...por estas cortinas tremulas
Ao desejo de um sopro
...que talvez não seja muito mais que um sonho
Desses que nos seguem _ mesmo acordados!
Então _ eu te diria
...em seus ouvidos para ninguém mais
Além de você e eu _ ouvir!
Te amo e essa é minha única riqueza!
E se o amor que bem sei _ existe em ti,
...for meu _ nem o vento, meu amigo
Me levara daqui nesta tarde de névoa!
Mas se o teu amor _ vaga ao léu,
Sem direção aparente!
...navego eu num mar sem redes
E por mais suave que seja o vento
...irei me perder para muito além deste!
Postado por Lunna at 17:06 0 comentários
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Composição
Metade de mim é um lago
Preciso manso,
Calmo!
Outra metade _ é um deserto
Sem graça _ insano,
todo solitário...
Parte de mim se perdeu
Em rascunhos mau feitos
Em setenças de morte
...proferidas a pele!
Outra parte _ há tempos se encontrou
Vive feliz em cantos de sonhos
Oásis de sorrisos!
Metade de mim busca por ti
No soluço inquieto da madrugada
Na calma exasperante da lua!
Outra metade resmunga:
“ Diz que você nunca existiu”
Parte de mim
contempla o dia
Outra metade?
Apenas aguarda pela noite!
Metade de mim é desejo
A outra metade é o que eu nunca serei!
Postado por Lunna at 17:04 0 comentários
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Rituais de Outono
Silencio!
Nuvens se aproximam dos pensamentos...
Um vento aparece ventando direções contrárias
Passa pela paisagem e zomba _ zomba...
Da marcha lenta que adormece nos cantos
...que seus olhos desconhecem!
Apenas silencie,
Por que um sorriso interrompe a composição!
Não ouse interromper o momento...
Aprecie com olhos atentos:
Na margem do tempo
...o dia se despede antes:
Você pode nem perceber...
As luzes da cidade se antecipam!
As cores se alteram...
Confundem os mais desatentos.
E a marcha mais lenta dos ponteiros
...badala numa reclamação solitária
O velho carrilhão _ lá no alto da torre
Se mostra cansado,
Quer silenciar _ parar...
Deixar o tempo correr a margem de si mesmo!
Pelas ruas...
Ainda restaram alguns passos apressados,
...mas o momento já pede calma,
Meditando numa lentidão tranqüila...
Que a vida parece perdida,
...e os passos _ desprendem caminhos:
Querem apenas chegar _ já não pensam mais em ir!
Postado por Lunna at 17:00 0 comentários
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Resposta
E ontem me perguntou o vento
...com sua audácia e crueldade contínua.
Onde anda tua dor?
Olhos desatentos _ mudos ficaram
...na garganta _ o nó apertou-se
E a voz _ rouca _ pouca: faltou!
Os dentes se enfrentaram em ódio e temor
O sangue ferveu nas veias...
O coração quase parou!
O silencio ganhou forma nos punhos cerrados
...e na cabeça baixa lágrimas ficaram escondidas!
O vento?
Apenas foi embora
A resposta?
Não precisou ser ouvida
Postado por Lunna at 16:42 0 comentários
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Desejo
Queria eu...
estar em campos
de verdes folhas!
E sob o choro tardio
das nuvens ranzinzas
Adormecer verdes sonhos risonhos
e despertasse outrora
com sonoros cantos e vôos
alem dos olhos!
Queria eu
mas estou aqui
...em mesa e cadeira
de um café que não se bebe
e onde o choro não molha a face!
Postado por Lunna at 16:31 0 comentários
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Tempo
O tempo,
...não se abriga na razão
O tempo,
...não se aflora nos sentimentos
O tempo,
...manda na saudade
...no amor e no desejo!
O tempo,
governa as lembranças
comanda as lágrimas
e determina a sua felicidade!
O tempo,
É lento _ mas passa!
O tempo,
Não manda recado
mas deixa as suas marcas!
Postado por Lunna at 16:29 0 comentários
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Espaço
Ciência oportuna que chega a minhas mãos
Quem bate? Pergunto eu!
O vento _ responde o vácuo
Na meditação de um ponteiro insensato
...se perde o tempo sem nexo
...se perde a vida_ arte proibida!
E divagam ciência e arte
...numa mesma proporção!
Na palma da minha mão
...fez morada _ o silencio de minha alma!
E mergulha no infinito dos meus sentidos
...a infinita solidão deste corpo inerte!
E um sopro leva pra longe
as badaladas infernais
de um móvel articulado!
Postado por Lunna at 16:28 0 comentários
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Instante
Janelas fechadas,
...o vento resmunga lá fora
Briga com as frestas da persiana
_ não vai embora _ fica,
Faz festas junto às folhas
Tumultua...
Quem em outrora sombras eram,
Agora! Fantasmas lentos,
...dando corda a imaginação!
E chega a chuva!
...e sua melodia mais lenta
Tão comum a mim!
Abandonado no sofá
...meu corpo indiferente _ adormece,
Ignorando trovões!
E o relógio_ que em seu canto
...se esquece de ser!
Desperta:
Anuncia que o dia ficou para trás!
Postado por Lunna at 16:27 0 comentários
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Narrativa
A manhã diz adeus
ao que sobrou da madrugada!
Na janela que já não se fecha mais
Um resquício de orvalho perdido
...e uma saudade incomum,
Encontra abrigo na velha cortina que tremula!
...como se buscasse por paz!
Um sorriso torto _ ficou no fundo do espelho
Que de tão velho já nem mais sabe refletir.
Pela janela de venezianas por caírem
...passa o vento e sua doce ilusão!
Encontra um eco solitário por onde passa:
...é quase uma lamentação!
Medita ao longe, o canto de um pássaro amigo,
O mesmo de todas as manhãs!
Vem e repousa no alpendre...
Fica _ sem cansa,
Nada encontra e volta ao seu vôo _ triste!
Sem o raminho de trigo de outras manhãs no pobre bico...
Pelos corredores da casa ainda resiste o carrilhão:
...cantarola sua cantiga incansável e repete:
São uma,
São duas,
Não há ninguém para ouvir!
E se perde a última hora!
Na mesa posta _ o resto de um café da manhã,
...o jornal ainda trás notícias de um dia qualquer que ficou para trás,
Por aqui _ a última badalada ouvida soou lentamente
Tal e qual os movimentos de quem sem querer: despediu-se,
...num sono tão profundo _ que nada mais foi capaz de despertá-la!
Postado por Lunna at 16:07 0 comentários
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Desenhos
E soa o vento atrás do muro
...o som (do vento) ecoa-se
para além dos arboredos!
Uma paisagem desenhada
por lápis de cera!
...quando chega a noite
O silencio faz soar o sino da catedral
Há aqueles que fazem uma prece
a uma santa qualquer...
Há aqueles que despertam sem nunca terem adormecido!
A paisagem se faz sombra
...Anoitece entre um segundo e outro.
E no instante seguinte:
...e o desenho espera pelo amanhecer!
Postado por Lunna at 16:03 0 comentários
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O que foi ontem...
A mesa a espera
...toalha branca
Bordada por dedos
de senhoras do convento
Veio de longe,
apenas para companhia
à xicara fazer,
A água do chá?
...ferve sem pressa
esquecida na chaleira,
...que esquenta!
Do chá não se lembra!
...da vida?
Ainda não se esqueceu
Tão completamente
Por causa dos muitos retratos
...que a parede ainda agüenta!
Humm! Saudade do chá,
e da chuva de meia estação
que há muito não cai
que há muito não molha
que há muito é apenas isso:
Saudade!
Postado por Lunna at 16:01 0 comentários
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Meia Noite
Do lado de fora desta janela
...há uma ciência insistindo em ser!
Existir _ ainda que por um segundo apenas,
Mágica...
É composta por folhas em branco,
que no bailado lento dos ponteiros
...vai ganhando palavras!
Esqueça o sentido...
Pense apenas na possibilidade!
Perfeita...
Essa ciência é composta de imagens,
que trás o perfume do ontem
E os muitos aromas do amanhã!
Silenciosa...
Não espera por definição,
Apenas se forma e ao vento se espalha!
Postado por Lunna at 16:00 0 comentários
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